domingo, 26 de abril de 2009




Luana ja estava a varios dias sem ir o colegio, a mae dela so a deixava sair da cama quentinha pra ir ao banheiro, ou pra ir ao medico tirar aquelas "fotos de dentro do corpo" a cabiceira estava enfestada de remedios, um copo cheio de agua ,um termometro, e a foto dela com a mae na frente do bolo com seis velinhas em cima. Ela se sentia fraca e culpada de ouvir a mae chorando escondida, mas ela sempre foi uma menina fraquinha, tinha algo a ver com outra doensa, e essa a mae nao contava , mas ia pro banheiro e chorava baixinho. Ela levantou da cama com um poco de frio e foi devagarzinho abrir a janela , ela ficou alguns minutos olhando pra arvore grande de flores rosas, ficou pensando em ir la em baixo brincas com as flores jogadas no chao pelo vento, estav com o pensamento longe quando sentiu um leve toque no seu ombro, se assustou ao ver que tinha alguem no quarto, era um menino de cabelos castanhos, uma "camilosa" longa branca, ela olhou os olhinhos azuis dele e disse
-Sami?
-Oi Luana.
-Sami, a quanto tempo, meu anjinho.
Ela conheceu Sami quando tinha 2 anos quando estava doente internada no hospital.
-Como vc esta diferente.
-Eh.... Mas vc nao esta... Vc nao cresceu? Ta doente?
-Nao eu cresci aqui dentro.-Apontou para o seu peito esquerdo.
-Ah...
-Oque vc esta olhando ai fora?
-A Barriguda.- Ele riu
-Barriguda? Vc gosta dela?
-Gosto muito
-Vai demorar pra ficar que nem ela, vc esta muito magrinha.
-Ah, seu bobo, eh o nome da arvore!
-Eh? porque?
-Por que parece que ela tem uma barriga.
Ele subiu na janela e se jogou pra fora, Luana se lembrou que ja vira ele fazer isso, ele planou e pousou em pe debaixo da arvore depois de um minuto voltou e sentou na janela.
-Eh mesmo, que engrasado!
-Vc nao acha estranho uma arvore tao bonita ter uns espinhos tao feios?
-Nao, ela tem os espinhos pra se proteger, pra se cuidar.
Ela sentou na cama e se escondeu no meio das cobertas grossas e disse baixinho
-Pq eu nao tenho espinhos?- Sami riu.
-Pq vc nao eh uma arvore, eh uma menina.-Ela saiu das cobertas e deu um sorriso
-Luana, vamos la debaixo da "barriguda"?
-Nao posso, mamae n vai deixar.
-Mas vc tem que se arriscar.
-Pq?
-Pq depois vai se arrepender de nao ter sentido o vento e as florzinhas caindo em vc.
Ela olhou pra fora e pegou a meia, o casaco e o tenis, e saiu do quarto de fininho, Sami seguia ela sem fazer barulho nenhum. Ela abriu a porta e foi pro gramado em baixo da arvore, ela nao correu so pq nao conseguiu, os dois sentaram e ficaramolhando pra cima, ela tinha um sorriso de uma orelha a outra, ficou vendo as flores cairem e o ventinho frio, mas pra ela estava muito frio, ela comesou a tossir. A mae de Luana ouviu a tose e correu ate o quarto dela, e pra sua surpresa a menina nao estava na cama e a janela estava aberta, ela foi fechar a janela e viu Luana sozinha tossindo embaixo de arvore.
-Luana!!!
Ela se levantou e viu a mae saiu do quarto, abrir a porta e correr em diresao a ela.
-Luana! - Disse a mae pegando a menina pelo braso- Oq pensa que esta fazendo aqui sozinha nesse frio?
-Sozinha?- Ela tossiu mais e a mae levou-a para o quarto no colo.-Mae, o Sami tava comigo, lembra dele?
-Sami?- Ja tinha ouvido aquele nome, talvez num sonho...- Querida, esta vendo coisas que nao existem... Sua febre deve estar altissima de novo, nao saia mais dai sem me avisar ta bom? Vou pegar uma vitaminha pra vc.
A mae deu um beijo na testa de Luana e saiu do quarto muito preucupada. Sami estava sentado na beirada da cama, quando a mae saiu ele entregou uma flor a Luana.
-Desculpa, eu sabia que ela ia brigar, mas vc precisava fazer aquilo...- Ela cheiro a flor e colocou no copo com agua.- Luana, talvez vc posa fazer alguma coisa ai quentinha.
-Nao tem nada pra fazer... - Ele olhou na cabeseira e pegou o termometro.
-Que isso?
-Nao sei, a mamae poe debaixo do meu braso e depois grita um numero.
- Que estranho... -Ele olhou os remedios e a foto, olhou o armario de cima e flutuou ate la, mexeu em algumas coisas e voltou com uma boneca e dois livros.- Quando era bebe vc nao desgrudava da Ritinha, lembra?
-Lembro.-Ela riu e pegou a boneca com cheirinho de guardada.
-E isso?
-Sao livros que eu ganhei nesse aniversario, guardei pq n gosto de ler.
-Mas esses dois eu juro, vc vai se arrepender se nao ler menina.
-"O menino do dedo verde" ,"O pequeno principe", nao acha meio bobo?
-Tem muita gente grande que chora lendo, e eh melhor que ficar sem fazer nada.-Ela abriu um livro.-Queria que tivesse mais tempo pra ler outros. Eu ja vou.
-Nao vai!
-Tenho que ir, mas eu volto,nao se preucupe a ritinha vai estar com vc.
-Promete que volta.-Ele sorriu.
-Eu prometo, tchau.
Ele nem precisou abrir a janela que a mae fechou pra sair voando, Luana ligou o abajur e ficou lendo.
Uma semana se passou, a flor rosa da "Barriguda" ja tinha murchado, os livros lidos estavam na cabeseira com os remedios novos, nesses dias Luana estava tossindo e espirrando mais, as dores aumentaram e o desespero da mae tbm, ela disse uma vez que ela estava piorando nao por causa de sua juga pro jardim, mas pq as coisas tinham que ser assim, depois do que ela disse q mae a abrasou forte e saiu do quarto em solusos. Mas essa noite ela sentia muita dor e disse que nao queria comer a sopa quentinha.
-Come Luana, vc tem que ficar forte meu amor...
-Nao mae, eu quero dormi agora, por favor, to sem fome.
-Ta bom... Se sentir fome, frio, ou presisar de alguma coisa me chama ta bom?
-Ta bom, mae. -Ela recebeu um beijo na testa e viu uma flor novinha no copo com agua e ouviu uma voz do outro lado do quarto, era Sami.
-Paineira.
-Ahn?
-Paineira, eh nome da "Barriguda".
-Poxa, eu nao sabia...
-Leu os livros?
-Li... eu queria ler outros.
-Depois eu te conto outras historias. Sabe, se eu tivese um dedo verde eu plantaria varias Paineiras na frente da sua janela.- Eles riram.
-Sabe pq eu gosto tanto dela? Pq na frente desses predios cinzas ela fica especial.
-Acho que vc eh a Paineira da sua mae, eh especial.
-Sami eu vou dormir um pouco...
-Eu vou estar aqui.
Ela ajeitou a cabesa nos travisseiros,abrasou a boneca e olhou pra Sami , em pe do seu lado, e pegou no sono. Luana nao sonhou com varias coisas, com os abrasos da mae, das brincadeiras com amigos e primos, as prosseforas, os livros que queria ler agora, o cachorrinho do vizinho, o ultimo natal na casa da avo, ate que ela acordou e viu Sami olhando pra ela em pe do lado da cama, do mesmo jeito, como se nao tivesse se mexido por horas, agora ja estava bem tarde da noite. Ela se sentou na cama e falou baixinho.
-Sami, do que mais eu vou me arrepender de nao ter feito?- ele sentou na cama e sussurrou em seu ouvido. Luana pegou uma caneta e uma folha de caderno na mesinha de estudo, e a flor no copo e foi ate o quarto da mae e deixou a flor em cima do papel escrito "mamae te amo muito, um beijinho da Luana sua paineira magrinha". Voltou para o quarto e deu a mao para Sami, mas dessa vez ela nao sentiu o toque, nao sentia mais frio, nao sentia mais dor e nao tossia mais, os dois olharam para a menina deitada na cama, como se fosse a irma gemea de Luana.
-Vamo?
-Mamae vai ficar muito triste.
-Eu sei.. Elas sempre ficam...
-Vamos.
Eles sairam rindo voando pela janela e passaram debaixo da "Barriguda" e foram embora.
by: nini

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