segunda-feira, 23 de junho de 2008

PERDA DE INOCÊNCIA

Semana passada fui numa festa de uma menina de nove anos, a festa foi a noite, a tarde fui comprar um presente pra ela, eu estava muito feliz naquele dia, por que aquele dia alem de ser especial pra min eu ainda ia comprar um brinquedo, minha irmã também tem nove anos, ela tem mais brinquedos do que eu tenho e tive, mas aposto que eu brinco mais que ela, tá, na verdade eu tenho quase dezoito anos e sou criança, as brincadeiras não são como a dez anos atras e nem com a mesma frequencia, mas não sou hipocrita ao ponto de dizer que não existem e tambem não vou dizer que tem a mesma importancia. Voltando a historia, haviam duas crianças na loja de brinquedo, elas estavam de mãos dadas e a menina olhava todas as bonecas (ok , a menina era eu) tentei me concentrar na menina de verdade que etava fazendo aniversario, não me lembrava de já ter entrado no quarto dela, não sabia se ela gostaria mais de uma boneca ou uma "barbie" ou uma "polly" etc... muitas opiçãoes de brinquedos, mas como não conheço a menina tão bem resolvi levar um gato de pelucia com olhinhos bonitos, até demos beijinhos no gatinho, ele tinha uma expreção triste que te convidava a correr e abraça-lo e não soltar mais. Sai da loja com o presente emprulhado, não, não comprei nenhum brinquedo pra min nesse dia, só olhei. Em casa só arrumei o cabelo e sequei o suor da pele, já estava de macacão e meias coloridas:minha roupa preferida, so peguei um casaco pq estava morrendo de frio... Quando cheguei na casa vi que no portão tinham quatro balões cor-de-rosa, logo pensei nas festas passadas da menina e de seus irmãos, apesar de estar meio tarde pensei no que ia encontrar: cama-elastica,escurregador, pula-pula, algodão-doce, que os pais dele sempre contratavam pra animar a festa. Confesso que fui obrigada a ir, estava muito cansada, mas a gritaria das crianças me animou um pouco, no fim das festas eu minha mãe e a mãe da menina corriamos pra brincar nos brinquedos. Quando entrei na casa tive a impressão de estar na festa errada, tinham barraquinhas de crepe e pizza,e ao invez do bolo cor-de-rosa e balões tinha uma mesa de doces, até aí tudo bem, uma menina mais moderna, mas estava meio escuro... Tinha uma boate no meio da festinha,as musicas eram aquelas que até me dão nojo (tropa de elite, creu e essas coisas) eu sempre achei muito vulgar as pessoas dançarem aquilo, mas para crianças de oito a dez anos é no minimo ridiculo, olhei para as crianças, todas quase da mesma idade mas pareciam adultos em miniatura,eles estavam sentados e conversando e falando alto, tinha achado que estivessem brincando, mas estavam imitando alguem da minha idade, mostrando uns aos outros que já são mocinho, confeço que fiquei até com vergonha das minhas meias,e conferi se a menina estava fazendo mesmo nove anos, ela chegou com, uma roupa "fashion", boina calça jeans, blusa colada, parecendo uma piriguete pronta pra se esfregar em todo mundo na boatezia do lado, minha mãe deu um abraço e o presente, ela agradeceu e guardou... com essa idade se eu visse um presente com o embrulho mal feito e amassado de uma loja de brinquedos eu ia correndo e nem comprimentava ninguem, pelo menos na minha idade os pais custumavam brigar com agente por causa daquilo. Me sentei morrendo de frio num canto e a unica criança que eu vi ali foram:eu, minha prima de um ano e uma menina de dois anos, essa corria pela boate achando graça de tudo enquanto as outras pequenas adultas dançavam feito garotas vulgares da minha idade. Eu sentei no canto e pensei na minha festinha em casa de nove anos com o cabelo desgrenhado, a blusa azul mal pintada, o bolo de morango da minha mãe, a velinha rosa e a boneca de roupinha amarela que deu pra minha irmã a algum tempo, olhei os contrastes, não tinha inocencia nenhuma nem naquelas crianças nem em todas as outras de hoje, esse pensamento com a musica escrota fez com que eu usase meu sono como desculpa pra pegar um pirulito e me trancar no carro do meu pai longe da festa... Se meu filho estivesse lá no meio eu ia ensinar ele a ser criança, daí talvez os outros pudessem gostar da ideia...

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